Ferritina Aumentada

HIPERFERRITINEMIA?
FERRO AUMENTADO?
DEVO ME PREOCUPAR?

 

E ainda . . .

 

  • Isso é grave?
  • O que fazer?.
  • O que pode acontecer?

 

A Ferritina é a proteína mais importante para a reserva de ferro no organismo. Quando ela está baixa no sangue quase sempre indica uma anemia. Mas, quando está elevada, várias são as possíveis causas.

Uma das principais causas do aumento da Ferritina é uma doença genética conhecida como hemocromatose, que geralmente é responsável por outro parâmetro elevado nos exames de sangue, a Saturação da Transferrina. É uma das principais, mas não é a mais comum. Principalmente em casos de elevação isolada da Ferritina, vários podem ser os diagnósticos de doença causadora.

Nas doenças do fígado, o aumento da Ferritina pode ter papel de causa ou de consequência, e, portanto, é muito importante estabelecer qual o cenário em cada caso isolado antes de se indicar quaisquer tratamentos, principalmente as Flebotomias (também conhecidas como Sangrias).

Como foi citado anteriormente, é fundamental estabelecer se o quadro é de uma desordem genética de absorção inadequada de ferro, como a Hemocromatose Hereditária, em que o fígado é afetado em consequência desse desequilíbrio. Esta doença é mais frequentemente acarretada por uma mutação genética no gene HFE, quase sempre levando a sobrecarga de Ferro, aumento de Ferritina e aumento da Saturação de Transferrina de maneira conjunta. Em 10 a 15% dos casos, pode ser encontrada Hemocromatose por outras doenças genéticas, sem alteração do HFE. Os pacientes com Hemocromatose Hereditária muitas vezes têm indicação de tratamentos com Flebotomias, mas a avaliação deve ser realizada de maneira individualizada pelo médico especialista, até mesmo por ser um tratamento mal tolerado em alguns casos.

Diversas outras doenças do fígado podem cursar com aumento nos níveis de Ferritina no sangue e o diagnóstico e tratamento adequado delas passou a ser um desafio ao Hepatologista, uma vez que está cada vez mais comum a coleta de Ferritina nos exames clínicos gerais de rastreamento da população. Uma das causas atuais mais incidentes é a Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica, a famosa esteatose hepática ou “gordura no fígado”, que pode evoluir com esteato-hepatite e, até mesmo, cirrose e câncer do fígado. Outras causas comuns de doenças hepáticas, como Doença alcoólica, Hepatites Virais  (sendo a hepatite C a mais preocupante) ou Doenças Auto-imunes também cursam, frequentemente, com aumento da Ferritina no sangue. Nesses casos, o aumento da Ferritina surge como consequência da agressão às células hepáticas provocada pela doença. Em comum, todas essas causas costumam apresentar índices normais de Saturação de Transferrina e não há comprovação de eficácia no tratamento com Sangrias.

Em qualquer situação, é importante a avaliação e acompanhamento pelo médico especialista para o diagnóstico correto e melhor tratamento individualizado.

 

 

Interpretação de exames e conclusão diagnóstica são atos médicos, que dependem da análise conjunta de dados clínicos e de exames subsidiários, devendo, assim, ser realizadas por um médico.